quinta-feira, 23 de março de 2017

O erro de Darwin

O erro de Darwin

Antes de mais, note-se que o título, O Erro de Darwin, não foi de todo inspirado no livro, O Erro de Descartes, escrito pelo neurologista António Damásio. Para comprovar tal, basta referir que nunca li ou sequer peguei em tal livro, aliás, norma seguida com qualquer tipo de escrito. Além disso, o meu desempenho na leitura é de tal ordem que mal permite ler palavras que contenham vogais misturadas com consoantes! Aliás, a aprovação no exame da quarta classe, envolveu a transação de dois cabritos e dez almudes de azeite. Para finalizar, não sou neurologista, porventura deveria era ser consultado por um psiquiatra.
Ora bom, vamos lá então fazer história…
Na minha modesta opinião, um dos maiores equívocos da história da ciência, até hoje ocultado, muito provavelmente por questões de bom senso, foi introduzido pelo naturalista inglês Charles Darwin. A imprecisão cientifica a que me refiro é, e só apenas, a Teoria Evolutiva das Espécies.
Segundo Darwin, “os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores hipóteses de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, portanto, selecionados para aquele ambiente”. Assim dito, até parece coerente! Todavia, uma análise mais cuidada dos princípios em que Darwin se apoiou para estabelecer tal teoria, põe a descoberto algumas fragilidades. Analisemos então esses princípios:

Principio: Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações de toda a natureza, não sendo portanto idênticos entre si.
Assim sem mais, a veracidade deste princípio parece inegável. Com toda a certeza, se em parte assim não o fosse, diversas qualificações deixariam de ser aplicáveis. Apreciações, como por exemplo, bonito, feio, alto, baixo ou mesmo palerma, deixariam de fazer qualquer sentido. Além disso, outras práticas bastante comuns na sociedade actual, tais como, a injúria alicerçada em aspectos físicos, mentais ou até mesmo o exercício do adultério, seriam impraticáveis. Afinal de contas, indivíduos semelhantes, não se qualificam entre si como, preto, amarelo, branquelas, parvo, pote… No caso do adultério, a inexistência de variações entre indivíduos, potenciaria simples equívocos e não cornudos. Felizmente, gatos, coelhos, pássaros, mulheres e homens apresentam algumas disparidades.
Todavia, uma análise mais cuidada do referido enunciado apresenta profundas debilidades. Para as colocar a descoberto, suficiente será considerar o simples caso do esquilo e do carapau. Ambos são da mesma espécie, ou seja, animais irracionais que não sabem falar francês! Além disso, apresentam variações ao nível dos olhos, boca, rabo, farpela, etc. Até aqui tudo bem! Todavia eles são idênticos! A provar isso mesmo, basta considerar o facto de ambos subirem às árvores, excepto o carapau!

Principio: Todo o organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes. Todavia, apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta.
Aqui, o caso muda de figura. Pois é… nem todo o organismo tem possibilidade de se reproduzir! Aliás, esta afirmação é, porventura, no mínimo redutora. Não considera, por exemplo, moléstias ao nível do sistema reprodutivo, rebentamentos de isqueiros nos bolsos de calças ou mesmo entalões do dito cujo em fechos éclair.
Por outro lado, a imprecisão deste primeiro princípio é também certificada pela simples existência do Casimiro. Esta criatura, mais conhecida por Fred Astaire, devido ao seu desempenho, digamos aparatoso, na pista de dança da danceteria Paradise, nas matinés de domingo. Mas bom, voltando à questão central, o Fred mesmo não tendo sofrido de qualquer das maleitas anteriores, o único tipo de reprodução por ele alcançada, resume-se à de cassetes do Malhoa no autorrádio. Aliás, o único género de convívio conhecido entre o Casimiro e seres da mesma espécie, mas femininos, é na base da, digamos, transação comercial de serviços. Assim, podemos concluir que, felizmente para o bem da humanidade, a hipótese do Casimiro ter descendentes e destes chegarem a adultos é tão grande como a de acabarem os impostos em Portugal.

Principio: Devido à luta pela vida entre os descendentes, o número de indivíduos de uma espécie é mantido mais ou menos constante ao longo das gerações.
Para desmontar por completo este princípio, basta apenas pensarmos na actividade piscatória. Logo para começar, não haveria necessidade de cotas em tal actividade. Por outro lado, se o enunciado fosse verdadeiro, resultaria claro que todo o carapau sobrevivente às disputas entre herdeiros, chegaria a chicharro! Facto que ignora por completo os jaquizinhos fritos com molho de escabeche, consumidos na tasca Arrebenta-a-tripa.

Principio: Como há transmissão de temperamento de pais para filhos, estes apresentam essas variações positivas. Assim, ao longo das gerações, a seleção natural dos indivíduos mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio.

Olha variações positivas! Os pais do Casimiro eram pessoas bem formadas e perfeitamente integradas na sociedade. Logo, é de todo impossível que o indivíduo tenha sofrido qualquer variação do tipo positiva. Ao contrário dos progenitores, o Casimiro além de ser um perfeito palerma é também um desadaptado, não só em relação ao meio que o rodeia, mas de tudo o que se possa supor.
Mais, em momento algum, a referida criatura apresentou a mais ténue evidência de possível evolução. Pelo contrário, desde tenra idade, é apontado como o individuo mais idiota e, vá-la parvo, de toda a freguesia e arredores. Estatuto que mantém com louvor e distinção!
Pois é… olha Darwin, temos pena!