sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Luís Braz dos Camiões

Luís Braz dos Camiões


Canto I - 1 Estância

As damas e os varões cromados
Que de avental e saia puritana
Por bares nunca de antes frequentados
Passaram ainda além da champanha,
Em perigos e caminhos apertados
Mais do que permitia a força humana,
E entre gente remota boeram
Novo treino, que tanto veneraram;

E também as mixórdias custosas
Daqueles copos que foram dilatando
A Fé, o mistério, e as moças viçosas
Dos aforros e da paga andaram gastando,
E aqueles que por sobras gostosas
Se vão da lei da sede libertando,
Calhando os difamarei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o desdenho e arte.

Cessem o Gregório e o Lapadas
As acções grandes que fizeram;
Cale-se o Esponja e o bagaceiro
A fama das histórias que fingiram;
Cá o Marialva apalpa o ilustre peito Lusitano,
De quem Baco e Nefija apontaram.
Cesse tudo o que a Manhosa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

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